Ser professora é uma profissão que me realiza, que me move, me inquieta e me desafia. Mesmo exercendo esse trabalho há 33 anos, a cada novo ano, a cada nova turma o coração bate mais forte e logo vem uma porção de pensamentos sobre quais estratégias utilizar? Quais materiais? Qual enfoque dos conteúdos para uma que de fato possamos produzir novos conhecimentos e qualificar o processo de formação dos nossos alunos? Como ser uma professora que provoque sede de conhecimento?
Sei que esses e outros tantos questionamentos são rotineiros na vida da grande maioria dos professores, dos meus colegas.
Pensar, escolher, planejar e executar a melhor forma de ensinar e educar todas as crianças e jovens é uma tarefa extremamente complexa. Sabemos que a disposição e dedicação dos professores são importantes, mas isso só não basta. Precisamos de condições estruturais, de uma rede de apoio e de serviços integrados, espaços e tempos, de materiais adequados e investimentos em que os professores sejam ouvidos. Precisamos pesquisas do cotidiano, no chão das salas de aula, de diagnósticos e avaliações que sirvam para balizar as mudanças e não meramente para julgar ou hierarquizar as escolas.
Como profissionais da educação precisamos de um reconhecimento mais explicito das políticas de valorização salarial, de condições de trabalho e de ampliação da democracia interna dos sistemas educativos. Precisamos de investimentos na formação inicial e continuada. Formação que problematize as práticas e instrumentalize as mudanças necessárias. Aliás, há praticas nas escolas, há conhecimentos e experiências dos professores que devem ser valorizadas, serem visibilizadas. Há muita gente dando e fazendo o seu melhor.
Você que é professor e professora nesse período de distanciamento se emociona ao revirar as histórias, os velhos bilhetinhos, as fotografias junto aos nossos alunos. Independente da idade das turmas temos pequenos gestos e nos fazem brotar a cada dia o desejo e o compromisso de ser professora, de ser professor. O afeto que nos afeta! E como estamos com saudades das presenças físicas. Ao retornarmos, certamente haveremos novos e significativos reencontros – que esperamos melhores porque acredito que aprendemos a olhar para nossas relações e trabalho de outro modo.
Parabéns aos colegas professores! Obrigada a todos meus professores que continuam a me ensinar e reafirmar o meu compromisso com uma educação libertadora. Com uma educação inclusiva e generosa, capaz de transformar vidas e sociedades. Para que um dia mais jovens e mais famílias incentivem a escolha da profissão professor!
SER PROFESSOR – QUEM DESEJA? EU DESEJO!
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